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2008 – MACAPABA: EQUINÓCIO SOLAR, VIAGENS FANTÁSTICAS AO MEIO DO MUNDO

Resultado
Campeã do Grupo Especial (LIESA) com 399,3 pontos

Data, Local e Ordem de Desfile

6ª Escola de 04/02/08, Segunda-Feira
Passarela do Samba

Autor(es) do Enredo

Alexandre Louzada

Carnavalesco(s)
Comissão de Carnaval

Presidente
Farid Abraão David

Diretor de Carnaval
Laíla

Diretor de Harmonia
Laíla

1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Selminha Sorriso e Claudinho

2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Janailce e Carlos Augusto

Coreógrafo da Comissão de Frente

Ghislaine Cavalcanti

Bateria

Mestre Plínio e Paulinho Botelho

Contigente

N/D

Samba Enredo

Autor(es)

Cláudio Russo, Carlinhos Detran, J. Veloso, Gilson Dr., Kid e Marquinhos

Puxador(es)
Luiz Antônio Feliciano Marconde (Neguinho da Beija-Flor)

É manhã, brilho de fogo sob o sol do novo dia
Meu talismã, a minha fonte de energia
Oh deusa do meu samba, a flor de Macapá
No manto azul da fantasia
Me faz mais forte, extremo norte
A luz solar ilumina meu interior
Vou viajar na linha do Equador
Emana ao meio do mundo a beleza
A força da mãe natureza é Macapaba
O rio beijando o mar
Encontro das águas marejando o meu olhar

 

Quem foi meu Deus que fez do barro poema
Quem fez meu criador se orgulhar
Os Cunanis, Alistés, Maracás
Foram dez, foram mais pelo Amapá

 

Um dia navegando em rios de Tupan
A viagem fantasia dos filhos de Canaã
A mágica da terra a cobiça atraiu
Ibéria se enleva no Brasil
A mão de Ianejar na fortaleza pela proteção da vida
Em São José de Macapá
Brilha Mairi a minha estrela preferida
Herança moura em Mazagão
Retiro o meu chapéu de bamba e assim
O Marabaixo ao marco zero cai no samba
Soam tambores no tocar do tamborim

 

O meu valor me faz brilhar
Iluminar o meu estado de amor
Comunidade impõe respeito
Bate no peito eu sou Beija-Flor

Sinopse

Justificativa:

Viagem e sonho, realidade e fantasia; porções que juntam na receita de um carnaval. Viajar na história real, misturando ilusão e magia, é traçar a linha imaginária que tece o enredo, recheando de arte e poesia, para enfeitar a festa do povo.

A brasilidade, é o tempero que atrai, como aroma de algo familiar e a pitada do desconhecido nos desperta a fome do saber.

Por isso, a Beija-Flor de Nilópolis tem o orgulho de apresentar: “Macapaba – Equinócio Solar: Viagens fantásticas ao meio do mundo”. Um tema brasileiro, que mistura mito e realidade, acendendo a luz do conhecimento ao levantar o manto que encobre uma terra fascinante e que, ao fazê-lo, revela uma redescoberta do Brasil.

“Macapaba”, que na língua indígena quer dizer concentração de “bacabas” ou “bacabeiras”, uma palmeira nativa da Amazônia, de onde deriva o nome Macapá, a capital do Estado do Amapá (nome de outra planta), cenário onde se desenrola a nossa história.

A região é também conhecida como “meio do mundo”, por ser cortado pela Linha do Equador, o Marco Zero divisor dos hemisférios Norte e Sul.

 

Macapá é o palco onde ocorre o fenômeno do equinócio, quando em dois períodos do ano – no Outono e na Primavera – o Sol se posiciona à 90º dessa linha divisória, iluminando por igual os dois hemisférios, fazendo com que os dias e as noites tenham a mesma duração de 12 horas.

 

Fantástica é a obra do destino, que nos levou à esta cidade que completa 250 anos no dia 4 de fevereiro, dia de carnaval. E os raios do Sol nos guiaram para essa região mágica, de muita beleza, riqueza e de história, muita história para contar.

 

Desde a formação de nosso povo, há muito milênios atrás, à visitação de povos antigos, navegantes e desbravadores, em busca de mitológicos “Eidorados” e a saga pela expansão e demarcação do nosso território.

 

Terra por muitas terras cobiçada, porta de entrada para a exuberância, encanto e riqueza da Amazônia; é um paraíso preservado, que abriga em suas matas, uma grande diversidade ecológica. Em sua rica fauna, espécies incomuns e, dentre elas, uma pequena jóia rara, mais uma feliz coincidência: um delicado pássaro chamado de “Brilho de Fogo”, um beija-flor.

 

Por essa e por outras razões,que a nossa Escola percorre essa terra encantada. É esse brilho que nos encanta; é esse fogo que nos impulsiona e nos ilumina a imaginação, e faz como que um outro Beija-Flor, de Nilópolis, faça essa viagem fantástica ao “meio do mundo”, para revelar Macapá e o Amapá, o extremo ponto onde começa o Brasil, no mapa e em sua história real.

 

E assim, na fantasia que nos envolve e que enfeita essa trajetória, o samba vai contar, em poesia, a contramão de nossa história; viajando nessa linha imaginária que nos une, numa aventura surreal por mares e rios, muito antes navegados. Hoje a Beija-Flor, desbravadora, descobre mais um carnaval.

 

Sinopse

 

Resplandece a noite da folia, como quem clareia, trazendo a luz que ilumina a alegria, a “Deusa” e seu manto azul do dia, radiante como o Sol que brilha, “Brilho de Fogo”, que nos aquece e incendeia, faiscante de esplendor.

 

Lança seu vôo, pássaro encantado! Nos conduz em suas asas; reluz seu sonho, Beija-Flor! Segue a trilha do horizonte, tece a imaginação, faz a sua viagem fantástica; leva o nosso coração, entrelaça a poesia na Linha do Equador; faz do canto, o contar dessa história, e do seu samba uma canção de amor.

 

Abra o “Portal da Amazônia”, rasga o céu, a “tenda da chuva”, que alimenta a infinda luta, das águas titãs a se enfrentar: Do marque quer sempre ser rio, do rio que insiste em ser mar. Revela essa terra encantada, “Macapaba” enraizada por seu nome de palmeira; bacabeira, verde selva, “verde” aos olhos desconhecidos, “madura”, agora ao se mostrar por inteira.

 

Vem contar que és face primeira, que os andarilhos do Oriente beijaram de amor ardente, na aurora da “Tribo Brasileira”, que por ti se fez raiar. Modela em barro a sua história, por “Cunanís”, “Maracás”, “Aristés” e “Aruãs”; resplandece do ocaso a civilização perdida, escava da terrao passado e dê vida, como ceramista que dá forma ao pó.

 

Trazàluz os seus segredo lendários, dos relatos de épocas distantes, que foste a terra do sol à pino, brilhante, que a Fenícia visitou, guardiã de tesouros escondidos, traços pela mata engolidos, mistérioque o tempo apagou.

 

Faz lembrar que foste Brasil, no anteontem de Vera Cruz, a “terraà vista” por Vespúcio,a fúria de um rio que enfrentou Pinzón, a “Nova Andaluzia” de Orellana, presente que não herdou. Que vistes os “grandes olhos de cobiça” de além, a ser tentada por tantos, portanto, ao tempo foste terra de ninguém.

 

Mostre assim, que a sua forçaestá no chão, no ar, nas águas, na natureza; que és a grandiosanação “Waíãpi”, que um dia viu na pele branca portuguesa, a reencarnação de “Ianejar” e que se permitiu erguer a fortaleza, em forma de “Mairi”, uma estrela, descida do céu de Tupã. E como mito que recria a vida, dela assim se fez crescer a vilade São José de Macapá.

 

Vem refletir a face escura, que um dia a selva conheceu, da caravana vinda de longe, das terras de areias brancas, que como semente ao vento, se lançou no ventre verde da sua mata e que em suas entranhas cresceu. Faz ressucitar o que jaz na mente, a herança marroquina, presente, mourisca lembrança de Mazagão, que entre a cruz e a espada, o sangue da “Guerra Santa” fez respingar em seu chão.

 

Por tudo isso, és a terra mais morena, de toda a amazônica paisagem, és cabocla, és mistura, és miragem; africana no batuque do “Quilombo de Curiaú”; no tempero, és brasileira, terra de múltipla cores, de cheiros, de sons, desabores, acima de tudo és verde, és fértil, és promissora.

 

És a terrados encantos, de uma viagem fantástica, iluminada de sol, que te faz “meio do mundo”, o coração do Amapá; que emerge como Marco Zero da linha que enlaça e nos leva ao redor do planeta, numa ciranda, feito uma dança que gira,que mexe até onde a imaginação alcança.

 

E nesse caleidoscópio mágico, o carnaval traz a história contra a história, onde o real e a fantasia se misturam. E nessa mescla, em forma de festa, canta “parabéns à você” nessa passarela, que hoje é o seu rio onde desfila Nilópolis, a sua floresta, que semeou e fez crescer; duas plantas que se fundiram: “Macapaba” e “Amapá”, criando uma raiz de amor que ao som do batuque “Marabaixo”, como ladrão rouba um verso e faz brotar seu universo, num poema escrito em samba, no coração da Beija-Flor.

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